A taxa de câmbio é a relação entre a nossa moeda local — o real — com outras moedas. O padrão do mercado financeiro é utilizar o dólar como a principal moeda de comparação. Assim, quando você ouve falar que a taxa do dia é de R$5, quer dizer que, para comprar U$1 seriam necessárias cinco unidades da moeda brasileira. 

Mas quando você escuta as frases “o dólar encerrou o dia em alta” ou “dólar caiu 1% no dia”, sabe exatamente o que quer dizer? Continue lendo este artigo e entenda melhor como isso funciona e impacta na sua vida.

Qual a relação da taxa de câmbio com a alta e queda do dólar?

Hoje, a taxa de câmbio é determinada pela oferta e demanda do mercado, assim como em todos os demais setores da economia. Quanto maior a demanda por um determinado produto, mais caro ele fica, certo?

Os Estados Unidos são considerados o país mais seguro do mundo para investimentos. Por isso, toda vez que acontece um evento que gera incertezas no mercado internacional, o investidor corre para o que é mais seguro, aumentando a procura por dólar. Com isso, a moeda se fortalece e a taxa de câmbio sobe. 

Um exemplo desse movimento foi a crise de Covid-19, que fez com que a moeda brasileira perdesse bastante valor em relação ao dólar

Então, quanto maior a procura dos investidores por dólares, mais reais o brasileiro terá que desembolsar para comprar a moeda estrangeira.

Nesse sentido, o preço do dólar também impactará em praticamente tudo na nossa vida. No dia a dia, ele influencia muito mais do que apenas em viagens internacionais, por exemplo. 

Os impactos na taxa são vistos, especialmente, na compra de produtos importados, como tecnologias ou alimentos vindos de fora. Além disso, a alta ou baixa do dólar impacta diretamente os investimentos e os negócios. 

Mas, você já se perguntou como ocorrem esses movimentos de oferta e demanda? 

O que determina os movimentos de alta e baixa?

Antes de tudo, é importante lembrar que o Brasil está inserido no mercado financeiro internacional, ou seja, as movimentações de oferta e demanda por moeda dos investidores estrangeiros afetam a nossa taxa de câmbio também. A demanda internacional é uma parte desse processo.

Outro fator que pode movimentar o câmbio são os acontecimentos locais. Quando as notícias são positivas em relação à economia brasileira, o real se torna mais atrativo para os investidores e ganha valor. Um outro exemplo recente disso é o otimismo do mercado com o início da vacinação, que fortaleceu o real. 

Um fator que pesa nesta balança do câmbio é a posição do Brasil como um dos principais países exportadores de commodities, ou seja, produtos como pouco ou nenhum grau de industrialização, que servem de matéria-prima para outros produtos, como, por exemplo, soja, gado, frutas, entre outros. No mercado internacional, as commodities são negociadas em dólar. 

Por conta disso, uma taxa de câmbio mais alta representa um ganho maior para as exportações brasileiras, pesando positivamente na balança comercial e, consequentemente, no PIB.

Em contrapartida, porém, o mercado nacional depende da importação de produtos e insumos, que também são comercializados em dólar. Com o câmbio mais desvalorizado, o custo de produção fica mais elevado, o que se reflete na inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado). 

Consequentemente, este custo maior é repassado aos consumidores, o que se reflete na inflação registrada pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Agora que você já sabe como funciona a taxa de câmbio, veja mais sobre o que é o IPCA e como ele irá impactar no seu dia a dia!