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Copom mantém Selic em 13,75% pela sexta vez consecutiva

Com decisão, Brasil chega a nove meses com a taxa no mesmo patamar

 

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nesta quarta-feira (3) a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, em linha com o que era esperado pelo mercado. Com a decisão, o país completa nove meses com a taxa no mesmo patamar. A última mudança aconteceu em agosto de 2022, quando a Selic subiu de 13,25% para 13,75%. Desde então, foram realizadas seis reuniões do órgão. A próxima está prevista para ocorrer entre os dias 20 e 21 de junho.

Em seu comunicado, o Banco Central destacou o cenário de incertezas, incluindo as crises em bancos nos Estados Unidos e na Europa, e reforçou a tendência mundial de alta nos juros para alcançar as metas de inflação. “O ambiente externo se mantém adverso. Os episódios envolvendo bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado sobre as condições financeiras até o momento, requerendo contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente”, destacou o comunicado.

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A Selic serve de referência para os juros das operações de crédito, como empréstimos e financiamentos. Quando a Selic sobe, a intenção é desestimular o consumo para tentar controlar a inflação. A decisão sobre a taxa ocorre nas reuniões do Copom, realizadas a cada 45 dias.

Mais que o anúncio, as expectativas do mercado estão voltadas para a ata da reunião, que será divulgada na próxima semana, e deve trazer a visão do Banco Central sobre o novo arcabouço fiscal, apresentado pelo governo, e também sobre os últimos indicadores do mercado, além do cenário global, marcado por uma nova alta de juros nos Estados Unidos.

Condições para manutenção e queda da taxa

O comunicado do Copom ainda citou as expectativas de inflação, que estão em 6,1% para este ano e 4,2% para 2024, de acordo com o último relatório Focus. Este horizonte de alta dos preços acima da meta é um dos motivos apontados pelo órgão para a manutenção da taxa no mesmo patamar. O texto ainda cita como riscos as pressões inflacionárias em todo o mundo, a incerteza em torno do novo arcabouço fiscal e os seus impactos nas expectativas de trajetória para a dívida pública e da inflação.

Entre os fatores que contribuem para uma baixa na taxa, o Banco Central cita a queda nos preços das commodities, a desaceleração maior que a projetada da economia global e uma redução na concessão de crédito no Brasil em um ritmo maior do que o órgão considera compatível para o atual estágio do ciclo de política monetária. O texto ainda fala sobre a reoneração dos combustíveis e a apresentação do arcabouço como fatores de redução do risco fiscal, mas que não impactam diretamente nas expectativas de inflação.

“O Copom enfatiza que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, e avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas”, continua o comunicado.

Histórico da Selic

Entre março de 2021 e agosto de 2022 a Selic acumulou uma série de 12 altas consecutivas, saindo de 2% para 13,75%, um total de 11,75 pontos percentuais. Este foi o maior ciclo de alta para a taxa em 13 anos, refletindo os impactos da inflação após a pandemia de Covid-19. O valor atual é o mais elevado para Selic desde novembro de 2016, quando a taxa chegou a 14%.

 

Gráfico Taxa Selic - Maio 2023

 

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