Sabe quando você começa uma coisa que está indo mal, mas já colocou tanta dedicação e dinheiro que fica com pena de abandonar, só para não perder o esforço que já foi dedicado àquilo? Essa sensação se encaixa perfeitamente na definição da falácia dos custos irrecuperáveis. 

No mundo dos investimentos, isso também acontece e é uma reação perigosa. Para que você compreenda melhor sobre esse conceito, assim como suas implicações e formas de contorná-lo, siga acompanhando esse artigo. 

O que é a falácia dos custos irrecuperáveis?

O que é sunk cost fallacy ou, em português, falácia dos custos irrecuperáveis? Esse comportamento, de forma bem simples, pode ser explicado como uma relutância em aceitar perdas, sejam elas financeiras, emocionais ou de outros recursos. 

Para facilitar o entendimento, imagine que um conhecido seu se matriculou em um curso e, logo nos primeiros dias, descobriu que estava detestando. Mas, para sua surpresa, essa pessoa renovou a matrícula para o módulo 2 para “não perder o tempo do primeiro módulo” e “concluir o curso para se livrar de vez”. 

Outro exemplo, é quando alguém fica em um emprego que não gosta e onde não se desenvolve mais porque “já está lá mesmo” ou quando mantém uma relação amorosa que não é mais interessante porque “já está a muito tempo com determinado parceiro”.

No mundo financeiro e de aplicações, essa ação é perigosa pois pode fazer com que você perca dinheiro ou deixe de fazer tomar decisões que alteram a sua carteira de investimento porque “uma hora o cenário tem que melhorar” ou “já aplicou tanto que não vale a pena sair agora”.

Esse comportamento é entendido como um dos vieses da economia comportamental, ciência que analisa e efeitos psicológicos, sociais, emocionais e de fatores econômicos nas decisões que envolvem dinheiro. Ele é completamente normal, mas pode ser combatido com algumas estratégias. 

Como contornar a falácia dos custos irrecuperáveis?

Sabendo que esse é nosso jeito natural de funcionar, é possível sempre abrir os olhos e mudar, certo? Mas como contornar esse sentimento de aversão a perda e de “apego” sentimental aos investimentos?

 Aprenda a identificar os investimentos que não valem mais “a pena” 

Primeiro de tudo, para evitar cair nessa falácia é preciso saber reconhecer quais investimentos ainda devem ser mantidos e quais não. Para isso, é imprescindível observar os objetivos e resultados de cada aplicação, bem como considerar o seu propósito pessoal com eles.

Nesse sentido, uma boa dica é contar com um consultor de finanças para ajudá-lo e esclarecer as suas dúvidas.   

 Defina metas e uma estratégia de investimento

Para não entrar na onda desse comportamento natural, também é indicado ter uma meta clara dos resultados que você espera obter com suas aplicações financeiras. Para os investimentos já existentes é válido considerar os ganhos futuros, ao invés de resultados passados, por exemplo. 

Além disso, definir uma estratégia para investir é outra forma de se precaver desse comportamento, já que ela pode colaborar para que você tome decisões mais racionais. 

 Estabeleça um limite de perdas 

A última ação indicada é estabelecer um limite para as suas perdas. Assim, você garante que não ficará “colocando esforço onde não existe mais solução”. 

Uma forma de fazer isso é definir o que você acha aceitável perder em uma ação de renda variável, por exemplo. Com isso, você coloca um ponto de racionalidade nas suas reações naturais e totalmente emocionais. 

Agora que você já descobriu mais sobre a falácia dos custos irrecuperáveis, a dica é continuar aprendendo sobre esse universo que envolve as finanças comportamentais. Por isso, não deixe de ler o artigo que ensina como lidar com as frustrações financeiras.